sexta-feira, 4 de abril de 2014

A IMPORTÂNCIA DA LEITURA


 


Quem Lê, Viaja.

Grupo: Diga How
Magú, John, Part. Preto (Radicalibres)



Mundos e mais mundos se revelam quando eu leio 
Da vastidão do meu planeta até o planeta vermelho 
Eu atiro-me à leitura atrás de novas aventuras 
Lendo eu livro a mente da eterna clausura 
Agora já era, já acendi o estopim 
Quando começo ler eu não paro até o fim 
Buscando o Graal remetente à idade média 
A pedra filosofal ta entre os livros, não na tela 
Imagens se formando em minha cabeça gradualmente 
Brilhante é o universo e eu mergulho profundamente 
Fazer cristalizar, purificar o entendimento 
Criar a longo prazo seu auto conhecimento 
Mas quem disse que a leitura não influi na nossa ideia? 
Nela é que repousa a verdadeira epopeia 
Entre livros e papéis, placas, fichas e cartazes 
Lendo é que eu encontro o verdadeiro oásis 
CULTURA que não acaba, escrita em linhas infinitas 
Às vezes um bom LIVRO tem uma capa esquisita 
Não pare para julgar, cê tem que ler tudo que ver 
Porque incentivo à LEITURA cê não acha na tv 

REFRÃO: Percorrer com os olhos, conhecer 
Interpretar, estudar, decifrar, perceber 
Preparar suas malas, você já pode embarcar 
Com o seu livro na mão a viagem vai começar 

O que eu posso dizer se a viagem é longa? 
Não tô curtindo lombra, nem falando de maconha 
Acontece que é melhor a gente perceber 
E interpretar essas palavras como bem quiser 
Cê vai na fé do DF até o Egito antigo 
Como veículo apenas as páginas de um LIVRO 
Tem aventura e perigo, tem poesia e terror 
Tem autoajuda, comédia e também histórias de AMOR 
Seja como for, ler é importante 
Conhecimento oferecido que te torna gigante 
É bem melhor do que mascar com os olhos a TV 
Você não vê o poder que ela tem sobre você 
Conta mentiras pregando a cultura Pop 
Sempre de olho ligado nos pontos do IBOPE 
Mas se liga, tem gente que só escreve besteira 
Tem que sempre contestar, procurar se informar 
O POVO brasileiro não enxerga onde está 
O erro mortal, com cara de banal 
Investir em vigilância faz educação pro mal 
Formando a cada dia infratores do código penal 

REFRÃO: Percorrer com os olhos, conhecer 
Interpretar, estudar, decifrar, perceber 
Preparar suas malas, você já pode embarcar 
Com o seu livro na mão a viagem vai começar 

Passaporte carimbado, já embarquei nessa ideia 
Passei por mil galáxias sentado numa cadeira 
É incrível conhecer vários lugares assim 
Sem sair do lugar, tipo estático, enfim 
Fantástico mundo não canso de explorar 
Quem lê, viaja li isso em algum lugar 
Deixa pra lá, continuo a unir os elos 
Próximo LIVRO da estante é um do Caco Barcelos 
Aprendendo, lendo, sabendo que pouco sei 
Tem nada não, a viagem é longa e eu tô com Deus: amém 
Nem vem que não tem, navegar é preciso 
Viver também é preciso, registro aqui meu sorriso 
Idealizo pra todos um melhor mundo um dia 
Respeita meu sonho, sem essa de utopia 
Traía os meus princípios fugindo da ?reali? 
Dádiva do Senhor que eu abracei com AMOR 
AMOR pela vida, a minha e dos meus iguais 
Preciso me informar pra traçar meus ideais 
Ler é importante, tente entender a mensagem 
Com a cabeça vazia cê nem começa a viagem 


REFRÃO: Percorrer com os olhos, conhecer 
Interpretar, estudar, decifrar, perceber 
Preparar suas malas, você já pode embarcar 
Com o seu livro na mão a viagem vai começar 

Vamo lá, se agiliza, não entendeu o recado? 
Então saiba que a dúvida é mãe do aprendizado 
Tem muita coisa pra ler, pra descobrir, entender 
O universo é gigante, milhões de páginas tem 
O que sabemos é uma gota, o que ignoramos é um oceano 
E é de leitura em leitura que eu vou me alimentando 
A vida é um livro aberto pra quem sabe ler 
A fórmula infinita do eterno saber 
Garcia Marques na mente, Cem anos de solidão 
Tocando as páginas pra frente é mó viagem, ladrão 
Valeu Thiago Recruta, Diário de um migrante 
Poesia que comove e enriquece a estante 
Alguns parceiros que não leram por falta de opção 
Se não estão no caixão, tão mofando na prisão 
Ou então no mundão, viajando na escuridão 
Informação alivia e livra da perdição 
E aí irmão sangue bom? Se prepare pra missão 
Nunca pare de ler, entenda isso tá bom? 
Um mundo livre te espera, basta se conscientizar 
Então compre sua passagem e vem também viajar! 


REFRÃO 2x: Percorrer com os olhos, conhecer 
Interpretar, estudar, decifrar, perceber 
Preparar suas malas, você já pode embarcar 
Com o seu livro na mão a viagem vai começar







“Sempre imaginei que o paraíso fosse uma espécie de livraria.”

(Jorge Luis Borges)

















Conto de mistério



Com a gola do paletó levantada e a aba do chapéu abaixada, caminhando pelos cantos escuros, era quase impossível a qualquer pessoa que cruzasse com ele ver seu rosto. No local combinado, parou e fez o sinal que tinham já estipulado à guisa de senha. Parou debaixo do poste, acendeu um cigarro e soltou a fumaça em três baforadas compassadas. Imediatamente um sujeito mal-encarado, que se encontrava no café em frente, ajeitou a gravata e cuspiu de banda.
Era aquele. Atravessou cautelosamente a rua, entrou no café e pediu um guaraná. O outro sorriu e se aproximou:
Siga-me! - foi a ordem dada com voz cava. Deu apenas um gole no guaraná e saiu. O outro entrou num beco úmido e mal iluminado e ele - a uma distância de uns dez a doze passos - entrou também.
Ali parecia não haver ninguém. O silêncio era sepulcral. Mas o homem que ia na frente olhou em volta, certificou-se de que não havia ninguém de tocaia e bateu numa janela. Logo uma dobradiça gemeu e a porta abriu-se discretamente.
Entraram os dois e deram numa sala pequena e enfumaçada onde, no centro, via-se uma mesa cheia de pequenos pacotes. Por trás dela um sujeito de barba crescida, roupas humildes e ar de agricultor parecia ter medo do que ia fazer. Não hesitou - porém - quando o homem que entrara na frente apontou para o que entrara em seguida e disse: "É este".
O que estava por trás da mesa pegou um dos pacotes e entregou ao que falara. Este passou o pacote para o outro e perguntou se trouxera o dinheiro. Um aceno de cabeça foi a resposta. Enfiou a mão no bolso, tirou um bolo de notas e entregou ao parceiro. Depois se virou para sair. O que entrara com ele disse que ficaria ali.
Saiu então sozinho, caminhando rente às paredes do beco. Quando alcançou uma rua mais clara, assoviou para um táxi que passava e mandou tocar a toda pressa para determinado endereço. O motorista obedeceu e, meia hora depois, entrava em casa a berrar para a mulher:
- Julieta! Ó Julieta... consegui.
A mulher veio lá de dentro enxugando as mãos em um avental, a sorrir de felicidade. O marido colocou o pacote sobre a mesa, num ar triunfal. Ela abriu o pacote e verificou que o marido conseguira mesmo. Ali estava: um quilo de feijão.


 Sérgio Porto - Stanislaw Ponte Preta

























A leitura é um fetiche nacional. Atribuímos grande importância à leitura. Desde que sejam os outros a ler. 

(Diogo Mainardi)

















 LEITURA





"não é convite pra o sono, 
Nem jujo pra solidão 
O livro parece um sábio 
Que aberto alonga a visão... 
Estrada que a alma cruza 
Sem nos deixar ir embora, 
Janela onde a claridade 
Não vem do lado de fora...

Ao mesmo tempo que lê 
A gente pode ser lido, 
Em um suspiro mais longo 
E até no cenho franzido, 
Num verso que cria asas 
Nos traços de uma gravura, 
Por vezes o pensamento 
Também permite leitura!

"tá" no idioma dos potros 
No faro dos rastreadores 
Na entrega das partituras 
Aos dedos dos tocadores... 
Na mão que serve de guia. 
Nos olhos que são ouvidos... 
Quem lê o mundo em sinais 
Sabe a razão dos sentidos...

Penso que o livro fechado 
É a boca implorando voz 
Igual aos sonhos da infância 
Que se extraviaram de nós… 
E as folhas amareladas 
Denotam a preferência: 
A própria vida se engana 
Ao ler pelas aparências...

Mais certa que a voz do rádio 
É a previsão do homem rude 
Sabe se chove ou se venta 
Bem antes que o tempo mude 
Sempre é tempo de aprender 
Seja qual for a leitura... 
Riqueza que ninguém perde 
A vida chama cultura!!"
























“Pessoas que não leem
são pessoas vazias e subnutridas de conhecimento
que estão presas no cárcere da escuridão
 pelas algemas da ignorância, tornando-se servas.”


(Ginete Cavalcante Nunes)








































































































Soneto de Fidelidade
Vinicius de Moraes



De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.



Vinicius de Moraes, "Antologia Poética", Editora do Autor, Rio de Janeiro, 1960, pág. 96.
















































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